Propaganda faz a diferença. Será mesmo?



O mundo moderno gira e gira rápido, as coisas acontecem tão depressa que quando nos damos conta o novo já é velho.

É isso que presenciamos na sociedade consumista em que vivemos. As marcas lançam, divulgam e vendem, vendem muito. Não importa se seja um palito de dente que fala ou um tablet do momento, todos nós desejamos, mesmo que em pensamento, aquilo que é divulgado nas propagandas tentadoras.

Mas, nem mesmo com todos os fatos o ser humano deixa de consumir. Alguns dizem que comprar é necessário e que faz parte da vida. Será mesmo?

Como não crescer em um universo consumista, sendo que as crianças sentadas na sala observam curiosas, mesmo não entendendo muita coisa, os comerciais dos brinquedos mais modernos que se possa imaginar. A publicidade se infiltra em nosso cotidiano de uma maneira violenta, e não importa se o produto não tem chance de venda ou se até mesmo for considerado um fracasso, a publicidade está lá.

Quem nunca se deparou com a corriqueira frase: “A vida com S tem mais sabor”. A meu ver, a humanidade necessita muito mais do que um S. Precisam de educação, moradia, saúde e outros tantos itens que obrigatoriamente deveriam estar inclusos no ciclo vital de cada ser humano, e que por forças maiores não são concedidos.

Anos atrás, e não faz tanto tempo assim, crianças brincavam de bola, jogavam pião, pulavam corda e tinham amigos imaginários. Hoje, redes sociais aos 6 anos de idade é o passaporte para ser popular entre os amigos, passar o dia em frente ao computador é sinônimo de inteligência e copiar e colar arquivos da internet para trabalhos escolares é considerado esperteza.

São com observações simples, vistas em nosso dia-dia, que sentimos o impacto que a publicidade causa na sociedade. Porém, a maioria das pessoas são passivas, ou seja, recebem e aceitam o imposto pela mídia e acabam se tornando verdadeiras marionetes humanas, manipuladas toda hora e a todo instante.

A propaganda pode até ser a alma do negócio e fazer toda a diferença em um projeto, mas o nível de desrespeito para com o consumidor é tamanho, ao ponto de quase gritar pela tela de um televisor, obrigando você a adquirir o anunciado.

Se o marketing realmente faz a diferença, por que então não erradicamos a fome na Somália onde milhares de crianças morrem por não terem o mínimo para sobreviverem? Onde está a tal diferença? Onde está alma do negócio?

Se gastássemos parte dos milhões investidos em uma campanha publicitária automotiva, promovendo a solidariedade, as coisas começariam a mudar.

Se toda propaganda faz a diferença, vamos promover a diferença. Vamos deixar de lado o superego e divulgar a inclusão humana.

O mundo pode até estar girando, mas ainda há pessoas paradas em um tempo cruel, que vem custando a passar.

Propaganda faz a diferença, se promovida da maneira certa.



[Desconect@do...]

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