Preconceito: Ainda dá tempo de mudar



Presenciar a diversidade, o preconceito e o julgamento antecipado por parte da sociedade é comum em nosso dia-dia. Diariamente milhares de jovens homossexuais são notificados como novas vítimas do preconceito abusivo que parece estar em sua forma mais generalizada da que conhecíamos anos atrás.

Porém, mesmo com todos os problemas enfrentados pelos indivíduos do chamado grupo LGBTTTLésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênerosa aceitação está sendo conquista gradualmente, sem que haja a necessidade de abusos ou protestos.

Recentemente o jogador da equipe doVôlei Futuro, Michael, foi vítima de preconceito durante uma partida contra a equipe do Cruzeiro. No decorrer da partida o jogador foi ofendido com gritos da torcida adversária, que disparavam quase que em coro a palavraBicha. Depois do ocorrido constrangedor Michael se mostrou tranqüilo, porém não menos envergonhado.

O jogador lançou recentemente um livro intituladoToda Maneira de Amor Vale a Pena, onde conta um pouco sobre sua vida antes e após se assumir gay. Além disso, Michael também revela detalhes de como foi vencer o preconceito dentro de sua profissão e como ocorreu este processo de transição. No livro o jogador ainda conta como foi sua experiência com uma garota de programa e como se saiu na tentativa de fugir do que realmente era.

"Perguntei se ela poderia colocar um filme pornô para ver se eu sentiria alguma coisa. Rolou mais ou menos", contou o jogador ao portal Folha.

E são com exemplos como o de Michael que o mundo corporativo vem trabalhando e incluindo cada vez mais esta parcela da sociedade, muitas vezes tratada como descarte. Mas apesar disso e de todas as iniciativas propostas pelo Governo Brasileiro, ainda muitas barreiras para serem rompidas, começando pelas escolas, onde a maioria dos casos de preconceito contra gays acontecem.

Em 2004, uma pesquisa realizada pela UNESCO apontou que 40% dos estudantes de escolas brasileiras não gostariam de ter homossexuais como colegas de classe.

Hoje, centenas de escolas pública e particulares trabalham desde a fase introdutória o valor de se respeitar as diferenças, através de projetos educacionais que futuramente renderão um resultado considerável, em vista de anos atrás. Mas mesmo com todo esse parcial apoio e colaboração para uma mudança na aceitação de alunos homossexuais, o preconceito continua fazendo vítimas todos os dias.

No início desse ano um aluno de Onofre Pires, interior do Rio Grande do Sul, foi vítima de preconceito devido sua orientação sexual. O estudante de 15 anos, cansado das constantes ameaças sofridas dentro da instituição de ensino, chegou a escrever uma carta onde relata que tiraria sua própria vida. O estudante, que teve a identidade preservada, foi entrevistado por Ana Maria Braga, no programa Mais Você, e contou detalhes dos dias de pânico que viveu na escola em que estudava.No início, era uma carta de suicídio, mas depois me recuperei, alterei algumas coisas para poder ajudar outras pessoas e mandei para uma ONG gay, se emocionou o jovem rapaz. O caso de grande repercussão chamou à atenção de diversas entidades ligadas a causa gay, além de psicólogos e médicos que se ofereceram em colaborar com o auxilio psicológico do jovem estudante.

Eu sofria preconceito antes de falar isso, ninguém está imune ao bullying. Qualquer pessoa pode sofrer, por ser bonito, por ser feio. Tanto o aluno CDF quanto o aluno do fundão pode sofrer bullying e isso tem que acabar. Se eu não tivesse denunciado, hoje não estaria aqui, estaria no túmulo, analisou.

O preconceito é um problema sério e deve ser resolvido. Quanto mais cedo trabalhado, maiores os resultados. Não podemos fechar os olhos para a realidade e fingir que nada, absolutamente nada está acontecendo ao nosso redor. Enquanto nos abrigamos em nossa zona de conforto, milhares de jovens sem saber o porquê, são mortos injustamente, vítimas da imoralidade do ser humano, que apesar de todas as evoluções ainda não aprendeu a respeitar a decisão e o livre árbitro do outro.


Matéria idealizada por Guilherme Faquini

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