Tablets,
smartphones e computadores. A facilidade de se conseguir
conteúdo ou, simplesmente, ter acesso ao mundo complexo e atraente em que
vivemos é impressionante. Não existem barreiras ou obstáculos frente ao caminho
tecnológico que, mais do nunca, vem se tonando a menina dos olhos para toda
essa geração ensinada desde muito cedo que tecnologia é o carro-chefe que
movimenta essa engrenagem evolutiva.
E pensar que nos
primórdios de tudo, onde cartas e tinteiros eram considerados luxo, nada do que
vivemos hoje poderia ser ao menos imaginado. Até mesmo o jornal impresso, antes
modelo de informativo, também se modificou e no ápice de um século que se
transforma diariamente, reluz como ouro agora nas mais variadas versões
digitais, a fim de atrair este novo modelo de sociedade cada vez mais exigente
e conectada.
E o que dizer dos
livros? Eles também fazem parte da chamada Era
digital, uma vez que páginas físicas parecem não atrair tanto como antes. E
hoje, basta um deslize de dedo sobre uma tela sensível ao toque para passar de
uma página para outra, para desvendar a continuidade de uma história e para se
conseguir compartilhar com tantos outros indivíduos gostos particulares, dicas,
críticas ou elogios. Tudo muito fácil e totalmente descomplicado.
Porém, nem tudo são
flores. Especialistas asseguram que a dependência tecnológica é um risco e que
saber conciliar de maneira positiva tanta facilidade com atividades físicas do
dia-dia é a melhor maneira de se evitar, quem sabe, problemas futuros como, por
exemplo, insônia, baixa produtividade e a completa dependência dos tais
dispositivos atraentes.
Mas nem tudo está
perdido ou totalmente entregue à tecnologia. Há pessoas que trabalham para que
essa junção entre o tradicional e o moderno dê certo. E se enganam os que pensam que, neste
caso, são adultos ou mestres os responsáveis por este tipo de trabalho. Cada
vez mais, vasculhando o mundo da internet, encontramos jovens repletos de
ideias, vontades e opiniões formadas a respeito de tantos assuntos que parecem
não ser suficiente para um simples vídeo de cerca de dez minutos.
E um exemplo de jovem
conectado, apaixonado por livros e cheio de espontaneidade é Bruno Miranda
(@BuBarim). O garoto humorado decidiu enfrentar o concorrido espaço na internet
inaugurando um canal onde expunha seu apreço pela literatura e, claro, não
demorou para que outros tantos jovens começassem a se identificar com o que
ali, naquele pedacinho de terra virtual, era publicado.
Hoje, Bruno inova
diariamente e em seu canal – Minha Estante
– e luta para que o gosto pela leitura não seja perdido, mesmo com tanta mobilidade
dos tempos modernos. E, em uma entrevista ao blog, dispara: “Sem dúvidas os livros digitais chegaram pra
ficar e é mais uma coisa pra somar no acesso à literatura.”
Confira
a entrevista com Bruno Miranda e não deixe de conhecer o canal ‘’Minha Estante’’
clicando AQUI
Qual sua idade? Natural de qual cidade?
Tenho 16 anos e nasci em Içara, Santa Catarina.
Com quantos anos leu seu primeiro livro?
Olha, provavelmente foi por volta dos 6 anos. Mas
não me lembro de exatamente qual livro.
Houve incentivo por parte dos seus pais?
Sim! Eu não me lembro de
exatamente qual livro foi o primeiro que li, mas eu sempre ganhei dos meus pais
aqueles kits que eram vendidos na escola e que vinham vários livrinhos infantis
clássicos com CD e tudo. Eu nem me lembrava de que esse incentivo tinha
acontecido, já que por um bom tempo (até 2010) eu não lia tanto quanto leio
hoje. Esse contato com o livro desde pequeno, meio que tira o "medo"
de pegar um livro na mão para ler como forma de divertimento. As crianças tem
muito mais contato com tecnologia, TV, videogame, porque desde pequenas são
rodeadas por esses aparelhos.
E a ideia do canal no youtube, como surgiu?
O canal surgiu como uma
ferramenta complementar para o blog. Eu o usava para postar vídeos mostrando os
livros que eu recebia das editoras e comprava. Com o tempo, eu vi que os vídeos
eram uma ferramenta tão poderosa quanto os blogs e passei a dar uma atenção
maior a ele.
Você esperava tanta repercussão?
O canal foi crescendo aos poucos,
não teve um "boom" que tenha me feito pensar "Caramba, quanta
gente!". Mas às vezes eu paro pra pensar e fico impressionado e muito
feliz com o retorno.
As pessoas comentam que os vídeos
são engraçados, mas quando eu comecei, realmente foi sem querer. Depois de um
tempo virou a marca do canal, agora se eu lanço um vídeo mais sério as pessoas
estranham. Virou praticamente um canal de humor, que fala sobre livros.
Humor é fundamental?
Pra minha vida sim! Esse é o tipo de conteúdo que
eu mais gosto de consumir, mas acho que quando se fala de livros, depende
muito. Existem livros com temas mais sérios, daí não tem nem como ser mais
descontraído.
Como você vê os jovens de hoje em dia? Leem mais?
Sim! Eu acho que os livros estão se tornando cada
vez mais um produto comercial, que chama atenção. Isso não é uma coisa ruim
porque abre espaço para inserir o jovem na literatura e com o tempo vem o
amadurecimento da leitura.
E a internet, colabora para que o gosto pela
leitura aumente ou tanta tecnologia é capaz de ofuscar o valor dos livros
físicos?
Eu torço muito para que a
comunidade literária, tanto no Youtube como os blogs cresçam cada vez mais.
Elas ajudam muito! Se uma pessoa acompanha em blog ou um canal sobre livros, a
vontade de ler mais livros - até porque ela vai começar a estar em contato com
várias obras - vai aumentar e aquele leitor que lia dois livros por ano e que
foi pesquisar sobre ele e encontrou um canal, vai se tornar um leitor ativo.
O que você pensa sobre ''Livros Digitais''?
O ato de ler vale pra qualquer
plataforma e os livros digitais são só uma facilidade a mais! Eu não sei se os
livros físicos vão sumir assim como o CD está sumindo com a chegada do MP3, mas
gosto muito de ambos. Sem dúvidas os livros digitais chegaram pra ficar e é
mais uma coisa pra somar no acesso à literatura. Por agora, eu penso que ele vá
caminhar junto com o livro físico por um bom tempo, mas se uma substituição -completa-
vai ou não acontecer só Deus sabe!
Quais seus planos para o futuro?
Agora estou me dedicando em tempo integral ao canal
e pretendo lançar mês que vem um novo canal não relacionado a livros.
Pretende escrever um livro?
Sim. Eu tenho alguns rascunhos, mas nada que eu
tenha trabalhado o suficiente para considerar promissor. A ideia genial ainda
não apareceu.
E para encerrar, deixe um recado para tantas
pessoas que admiram seu trabalho e que, assim como você, também são apaixonadas
por livros.
Eu agradeço o convite e a todo
mundo que assiste o canal. E que todos se sintam motivados a criarem seus
próprios espaços na internet para falar sobre livros e ajudar disseminar a
literatura.
Por Guilherme Faquini
@GuiFaquini
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